sexta-feira, 27 de agosto de 2010

1. CÉUS EM CHAMAS!




Dias desses, no mês de agosto, nós aeronautas fomos surpreendidos com uma escabrosa revelação: O futuro profissional dos aeronautas brasileiros poderá estar seriamente comprometido!

Rocha Loures
Por alguma razão que desconhecemos, mas que com certeza deve  partir de um engano do Deputado Federal Rodrigo Rocha Loures PMDB-PR, autor e relator do PL 6716/09, que dispõe sobre mudanças no Código Brasileiro de Aeronáutica, incluiu  em suas propostas, a mudança no Art. 158 do CBA, que, se aprovada, permitirá as empresas brasileiras contratarem pilotos estrangeiros. 


Calca-se o Deputado - atualmente candidato a Vice-Governador do Paraná pelo chapa do Osmar Dias - na idéia de que uma suposta "falta de pilotos" poderá parar a aviação brasileira. Quem informou isso ao deputado, o fez de forma completamente equivocada ou mal intencionada




O fato é que isso foi descoberto a tempo, e passamos a movimentar um grande número de pilotos, sendo eles de todas as empresas brasileiras, e de todas as áreas da aviação (comercial, executiva, agrícola, off-shore, aerolevantamento, instrução e etc...).
A admissão de estrangeiros no Brasil se dará a qualquer tempo, o Brasil estando ou não necessitando de mão de obra. Simplesmente abre as fronteiras e pronto.


2. Não exige qualquer contrapartida ou reciprocidade. Ex: Se um holandês quiser voar aqui, vai poder, mesmo que você não possa voar na Holanda.


3. Não prevê prazos, embora o Deputado Rocha Loures diga o contrário. Porém, o que vai ficar valendo não é o que ele diz, mas o que está escrito.


4. Não identifica o setor, deixando a aviação, em todas as modalidades, aberta aos estrangeiros. Ex: Bastará um boliviano ou um paraguaio cruzar uma rua, e poderá se oferecer para voar um agrícola por menos no Mato Grosso.


Ou seja, o texto, como está, simplesmente transforma o Brasil na casa da mãe joana, e isso nem de longe significa globalização. Globalização é contrapartida em igualdade de condições, tanto nas oportunidades de emprego quanto nos processos de imigração e convalidação de licenças. Principalmente quando as oportunidades são balanceadas. Do contrário, aqui vai virar exílio dos aeronautas dos países em crise.


Vejam, há uma enorme diferença entre as situações. A Emirates, e outras empresas vem ao Brasil buscar profissionais, por absoluta falta de mão de obra lá, e uma formação que de forma nenhuma supre suas necessidades. Aqui nós temos ainda muitos pilotos formados e em formação, e teremos por ainda um longo tempo. Ainda não justifica essa abertura tão ampla. Aqui querem profissionais, mas não dão condições de formação, não há incentivos do governo, a burocracia é enorme... então, que primeiro se pense em arrumar a casa, e depois, se ainda assim faltar, o papo é outro.
A empresa que mais reclama de falta de pilotos é justamente a que menos oferece condições dignas, e é a recordista em debandadas justamente por isso.

Nós, do grupo Aviação com Ética, esperamos que o Deputado Rocha Loures se disponha a ouvir a categoria, suas impressões e seus argumentos, antes de levar tal proposta adiante.

Desta forma o Grupo Aviação com Ética acena com uma proposta séria e civilizada de chegarmos a um entendimento com o Deputado Rocha Loures, bastando pra isso que ele aceite ouvir-nos, e que, numa demonstração de compromisso social e democrático, o Deputado se disponha a avaliar a situação de forma imparcial e transparente, e não só a escutar as opiniões descabidas de grupelhos mal intencionados.

Acreditamos que se o Deputado Rocha Loures  ainda merece esse crédito (antes de partirmos para acusações), nós também merecemos, por parte dele, a consideração de uma audiência. E estamos à disposição dele para nos manifestarmos.


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Bem, para que o leitor entenda exatamente porque nós não queremos tal mudança no Art. 158 do Código Brasileiro de Aeronáutica, basta que leia atentamente os capítulos a seguir.


Grupo Aviação com Ética





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