sexta-feira, 27 de agosto de 2010

8. ESTÁ FALTANDO PILOTOS? - Texto do Cmte. Marco Badeschi

Faltando Piloto?
- Como falta piloto se as empresas continuam ditando regras próprias não condizentes com a demanda, exigindo grandes experiências em aeronaves monomotoras para voar um jato que nada tem haver com o tipo de operação. A mesma empresa exige:

- 1000 horas do piloto com formação técnica e segundo grau.

- 500 horas do piloto que é formado em biblioteconomia, ou qualquer outro curso, é como se um hospital exigisse menor experiência de um médico caso ele tenha uma licença de piloto.

- 250 horas do piloto que é colaborador da empresa como, despachante, comissário, auxiliar de limpeza, ou outro cargo qualquer, aí são admitidos em processo interno. Acho bacana de uma empresa valorizar seus funcionários, e promovê-los, mas reitero, deve ser como critério de desempate.

Usado esses critérios pelas empresas fica provada minha tese que não precisa de 1000 horas para desempenhar a função de co-piloto.

Exigir inglês fluente para voar em país de língua portuguesa? Agora estão tentando aprovar uma lei no congresso para contratar pilotos estrangeiros, e nem vão exigir deles um português fluente, um país que não valoriza sua própria língua, vai dar valor em seus pilotos? Colocar estrangeiros para concorrer com os pilotos brasileiros ameaça os que já estão trabalhando, e os que estão nas escolas, para serem substituídos por mão-de-obra barata, e contratos que passam longe da CLT, abaixando os custos para os operadores. Isso ameaça também as escolas brasileiras, hoje felizes com a notícia que falta piloto, quero ver se essas escolas vão voar, na hora que os pilotos estrangeiros chegarem prontinhos de seus países de origem.


lguns defendem que isso é bom, porque assim vamos equiparar salários de países, como Índia, USA, Angola, China, países que hoje dão valor para essa mão-de-obra, mas na verdade, quem vai chegar aqui para disputar, são latinos que vivem em países menos desenvolvido que o Brasil. Aí qualquer merreca resolve o problema deles.

Estão direcionando bolsas de estudo, para piloto privado, esse não pode trabalhar segundo a legislação, porque não direcionar então, para qualificação dos pilotos comerciais, (JET TRAINER, CRM, SEGURANÇA DE VOO, INGLES), pois pilotos sem essas qualificações têm aos montes, então não são inseridos no mercado da aviação comercial. E o pior, à ANAC tem disponibilizado bolsas e não tem filtrado as qualificações, simplesmente estão formando mais pilotos que o mercado não quer absorver. Formar PP não garante que ele vai dar continuidade e checar o PC. Checar o PC, não garante inserção no mercado, não com as exigências atuais.

No caso de helicópteros, exigir IFR? Em um país que não tem helicópteros de baixo custo para checar essa habilitação, e nem temos escolas especializadas nessa formação, isso serve de fato para garantir a cadeira de alguns que usa do dinheiro público para se formar, pois o governo tem coragem de pagar uma formação completa de piloto para auditores da receita, delegados, policiais, militares em geral, incluindo o IFR, e depois de prestarem um tempo de serviço, se aposentam, e vão entrar no mercado civil, pois já tem o IFR, requisito obrigatório. E o Aluno que checou nas Escolas Civis, vão trabalhar aonde? Se não tem como tirar o IFR. Mas não investem em qualificação conforme já citado nesse texto. Qualquer outra profissão, as instituições militares exigem que o profissional já seja formado, a exemplo, de médicos, advogados, engenheiros...

Recentemente aprovaram uma licitação para formação de pilotos exclusivamente para os delegados do Paraná. Se deixar o Estado patrocina o IFR deles, para procurar bandido no escuro. Esta na hora de escolhermos novos governantes e lideres sindical, ou melhor, outro sindicato. “Isso é uma vergonha”, como diz Boris Casoy.

Porque, o IBAMA, as Polícias Civis e Militares, Receita Federal, a exemplo de alguns estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais não contratam por concurso público piloto civil sem o IFR, não gastariam dinheiro, diminuiria assim o número de pilotos desempregados, e ainda sobraria dinheiro público para investir em bolsas de qualificações.

Mínimo de 500 horas para entrar no mercado de off-shore? Se para voar um helicóptero particular a seguradora dita regra de 1000 horas de voo de experiência. Como alguém vai te dar oportunidade de voar, arriscando um patrimônio de mais de 1 milhão, sem essa cobertura. Aí fazemos uma peça de teatro, fingimos que voamos, e as empresas fingem que acreditam. Mas esse teatro não é para atores, é para os corajosos. Os amigos que já estão empregados no off-shore em sua maioria sabem o que estou falando. Criam dificuldades, para vender facilidade.

Preparar pilotos para 2014? Como fazer isso? Acumular experiência de 1000 Horas? Não adianta bolsa de estudo para bancar parcialmente um PP, ou PC, juntar 1000 horas na aviação particular que voa em média no país 15 horas mês (Levaria no mínimo 6,6 seis anos e meio), detalhe, se o comandante que der oportunidade para o recém formado, for INVA ou PLA, senão de nada adianta. Horas que o cidadão voa com um PC que não é INVA não vale. O que vale é apresentar o diário de bordo. “TEATRO PURO”.

Sugestão:

As empresas criarem um plano de carreira contratando o recém Checado Piloto Comercial/IFR, com qualificação de JET TRAINER, na condição de estagiário observador no JUMP, co-piloto em instrução, co-piloto, Comandante em Instrução, Comandante, Comandante Master. 
Assim às empresas aumentariam o interesse de outros candidatos e não faltaria nunca piloto no mercado, pois teriam mais garantias de retorno do investimento que é alto, para maioria da população, sem contar no estímulo que isso provocaria, sabendo que vai investir grana em plano de carreira, não na boa vontade, dos benditos e malditos conhecidos como “peixes da aviação”, que garantem o sucesso de alguns no sacrifício de outros. Hoje mais da metade dos matriculados, ou cursando, desistem, porque encontram as dificuldades, citadas e são obrigados romperem com a aviação. Outros nem se matriculam pela falta de garantias no mercado.

Tenho certeza que os treinamentos complementares de padronização, e simuladores de voo nos centros de treinamentos complementam com êxito às necessidades no desempenho da função.


Cmte. Marco Bedeschi

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